Elas surgiram nos anos 70 como forma de difundir idéias revolucionárias, muito por conta dos duros tempos do regime militar. Pela subversividade que o movimento representava na época, convencionou-se chama-las de "Rádios Piratas". Nos anos 90, o movimento ganhou força com as bem-sucedidas experiências em países vizinhos (como Chile, por exemplo), só que agora o objetivo era difundir a cultura da comunidade, por isso o nome "Rádio Comunitária". No final desta época o governo FHC sancionou a lei que regulamentava essas emissoras.
Acontece que, para ser considerada uma emissora efetivamente comunitária, a entidade deveria enfrentar um longo processo, que consistia em intermináveis idas ao Rio de Janeiro (sede da Anatel, setor Radcom), montagem de projeto técnico e, aquela ajudinha de bastidores para acelerar o processo no complicado labirinto da burocracia brasileira.
O que se viu na verdade, tanto na era FHC quanto na era Lula, foi o agraciamento (como acontece nos casos de rádios comerciais), a amigos ou apadrinhados políticos.
O conceito original de rádio comunitária é o de difindir as idéias de uma determinada comunidade ou bairro, transmitindo notícias locais e abrindo um espaço democrático para as pessoas daquela comunidade. Isso sem contar o aspécto cultural onde, livres da indústria da música, essas rádios poderiam livremente divulgar a música de artistas inseridos no contexto. Mas não foi o que aconteceu.
A maioria dessas rádios (outogardas ou não) estabeleceram uma relação tão ou até mais distante da comunidade, do que as combatidas emissoras comerciais. Essas, por sua vez, em uma inversão de valores, passaram a preencher essa lacuna de se aproximar da comunidade, até mesmo por uma questão comercial.
As rádios (comunitárias ou piratas) descobriram o sistema de automatização de rádios (o mais comum é o Zara Rádio) e fizeram o que os empresários (em sua maioria) não tiveram coragem de fazer: Mandaram os locutores embora e deixaram sua programação quase que 100% no automático. Horários ao vivo? Só se pagarem por eles.
E o conteúdo da programação? Neste caso existem dois formatos básicos: O primeiro, quando tentam imitar as tradicionais rádios comerciais, reproduzindo sucessos (na maioria, de gosto duvidoso) que são o jabá dessas grandes rádios e o que ajuda bastante no orçamento delas, mas não se justifica para as comunitárias..
Já o segundo formato é o da indústria religiosa do rádio. Existe um importante artigo na lei de rádios comunitárias que impede a emissora de fazer referência a somente um tipo de religião em detrimento as demais. O espaço deveria ser igual. Mas não é o que acontece. Sejam elas católicas ou evangélicas (essas em grande maioria), o que mais se ouve é aquele discurso dogmático, incluíndo duras críticas as outras religiões.
E a comunidade, como fica? Essa perdeu totalmente a identificação com essas rádios e as vezes ouvem por não terem acesso a outros veículos como a internet e porque as transmissões de outras rádios de grande porte chegam com sinais corrompidos por essas rádios que, em sua maioria, funciona com equipamentos de transmissão totalmente desregulados.
E como essas rádios sobrevivem? É muito simples. Os equipamentos são baratos e basta que um computador fique ligado junto ao transmissor que a rádio funciona automaticamente, sem a necessidade de se contratar um profissional. Como os espaços publicitários nessas rádios tem um valor bem inferior aos das rádios comerciais, os pequenos comerciantes acabam lançando mão desse tipo de publicidade e abastecem esse mercado de radcoms.
Com isso a comunidade perde o que seria uma grande aliada, infelizmente.
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ResponderExcluirMe poupe!!! Em Volta Redonda exitem duas rádios comunitárias outogardas no ar, porque elas não ajudam suas respectivas comunidades dando o exemplo?!? Respondo porque são de políticos já conseguirão a outorga na mutreta, sendo político tudo é mais fácil e os caras só visão lucro, fazendo uma rádio comunitária se passar por rádio comercial. E já ouvi falar de mais duas, uma que conseguiu outorga é de político também mais não está no ar, mas quando entrar no ar não deve ser diferente e a outra que não sei que milagre é esse porque em Volta Redonda (na Região Sul Fluminense) rádio é máfia (no Brasil em geral) não é de político (não sei se teve ajuda de algum, provavelmente teve ou não, vai saber) está saindo a sua outorgar (vide: http://www.vgnews.com.br/index.php?mega=noticia&cod=6939&cat=Not%EDcias ) ela está no ar a tempos e já ouvi fazendo alguns trabalhos com a comunidade (fraco, mais melhor que nada, pelo menos faz o papel de comúnitária). Agora te pergunto: como que o dono de rádio livre (popularmente conhecido como rádio pirata) vai ajudar a sua comunidade se está morrendo de medo por sua rádio ser irregular e a fiscalização (que é coisa rara, mais as vezes ela aparecem quando os grandes solicitam) bater em cima, hum ?!? Por isso mesmo botam um programa de automatização (tem vários como citado: ZaraRadio, Keeper Auto Rádio, RadioDJ, Hotradio, Radit Audio Pro 3 e por aí vai) para rodar e só música e propaganda tem umas que têem medo até de dar telefone fixo (eu conheço), mas no fundo o dono da emissora queria também ajudar a sua comunidade mas e o medo, não da nem telefone fixo como alguém da comunidade liga para entrar em contato, e o local onde fica a rádio tem que ser segredo trancado a sete chaves, complicado isso né. Se no Brasil as coisas funcionassem conforme as leis seria muito bom, mais na realidade não é assim que funciona, e a lei de rádio comunitária também é bem ruizinha o cara olha e já pensa, po trabalheira do caramba vou vou botar piratona mesmo. E duas coisas que não concordo com o texto, falar que as rádios livres em sua maioria, funciona com equipamentos de transmissão totalmente desregulados quer queimar mesmo o filme das rádios livres é a mesma coisa falar que rádio livre derruba avião, que idiotice. Tá certo que uma o outra tem o transmissor desregulado mais tem que ser fundo de quintal mesmo porque se for comprado de uma empresa ou pessoa do ramo eles tem equipamentos de aferição aí o transmissor (TX) vai sair reguladinho não gerando harmônicos, espúrios e intermodulação que causão uma bagunça no dial e nos meios de comunicação, mas tem muito transmissor de rádio comercial que geram harmônicos, espúrios e intermodulação. E outra coisa que não concordo é falar que os equipamentos são baratos e basta que um computador fique ligado junto ao transmissor e pronto, quem não conhece e lê esse texto acha até que é verdade e vai querer montar rádio também, mas na realidade a coisa é bem mais complexa, primeiro transmissor de potencia baixa é sem dúvida mais em conta que o transmissor de grande potencia por isso as rádios livres usam transmissores fracos (até porque segundo a lei só podem usar 25w um absurdo) se não tavam usando transmissor de 1000 W (1KW) vai ver o preço de um, isso é para quem tem grana (políticos) e precisam de cabo, antena, mesa de som, medir estácionária (R.O.E), então não venha falar que os equipamentos são tão baratos assim não desmerecendo, porque se fossem tão baratos o dial ia ser um caos de tanta rádio pirata e até que é trankilo.
ResponderExcluirA única e verdadeira rádio comunitária que ouvi em VR era a Rádio Cidadania,essa era uma emissora que prestava serviços a comunidade além de boa música,pena que prefeito Neto fechou,afinal fazia merecidas criticas ao seu governo.
ResponderExcluirHarmônicos, Espúrios, Intermodulação o que é?
ResponderExcluirHarmônicos:
Todo movimento oscilatório, seja a corda de um violão ou um transmissor de RF, poderá gerar um harmônico. O harmônico é um múltiplo inteiro da frequência principal. Um transmissor de 1000KHz poderá gerar um sinal em 2000KHz (1000Khz x 2, chamado de segundo harmônico), 3000KHz, 4000Khz e assim por diante.
Os transmissores são construídos de tal forma que seus harmônicos são fortemente atenuados afim e não causar problemas.
Os harmônicos são gerados no momento da transmissão.
Espúrios:
São produtos indesejados da transmissão. Aqui se inclui os harmônicos ou qualquer outra coisa que o transmissor esteja gerando por "engano". Emissoras que se espalham pela banda (como em Porto Alegre por exemplo, onde a emissora de 1020 também pode ser escutada em 920...) são as que geram sinais espúrios indesejados.
Os espúrios são causados, via de regra, por problemas no transmissor ou sistema irradiante (antenas).
Intermodulação:
Não sei se vocês já viram isso, mas quando se está muito perto das emissoras de OM. É possível escutar, por exemplo, em 1620 a mistura dos sons de 600KHz (Gaúcha) com a 1120KHz (Caiçara). Ou então em 1690 escuta a Guaíba e a Pama misturadas (soma de 720 + 970). E, finalmente, também escuto em 420 as emissoras de 1020 e 600 (pois 1020 - 600 = 420).
Enfim, intermodulação é o produto de dois sinais que se combinam, somando ou subtraindo.
Ela é causada no receptor ou por uma antena ativa. Filtros passa-bandas / passa-baixa são a solução para isso.
E aí blogblogado a Rádio Cidadania era a do Tote ali no Aterrado no prédio Maria Iabrudi não era ?!?
ResponderExcluirIsso era do Toti e ficava em cima da Moderna
ResponderExcluirrádio cidadania era excelente ms
ResponderExcluirfoi fexado se nao me engano em 2004
qdo teve auquela batida da policia federal nas pincipais cidades do sul fluminense.
lembro bem pq tinha a Nova 101 fm axo q ficava no aterrado, mas axo q só teve essa batida porque em penedo surgia a nova fm 99,9 com 24hrs de house music,e o sinal dela chegava em VR,BM e Resende.
tb era pirata, o povo gostou tanto q uma pirata q operava em 100.1 Stereo Vale em Bm mudou sua frequencia para 96.5.
mas devido a esse sucesso da Nova Fm, teve a batida da federal e ja era.
a proposito alguem do blog sabe ond ficava a essa Nova 101Fm q operava em 101,9 ?
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