Especial: Sintonia do Vale

Poucos meses após a inauguração da Rádio Sintonia do Vale, já podemos fazer uma série de avaliações quanto a representatividade da emissora hoje para o mercado radiofônico na região.

Um projeto que em sua origem foi proposto pelo Padre Clésio Vieira, o qual sempre lutou pela evangelização através do rádio, e que contou com a ajuda crucial dos fiéis da igreja católica em uma negociação que ficou conhecida em toda a região.

Tudo começou com o aceno da família Nader em se propor a vender a Rádio Califórnia FM o que acabou sendo acertado ao valor de R$ 3 milhões, sendo que grande parte deste montante foi arrecadado após grande campanha feita pela Diocese entre os fiéis da Igreja.

Vencida esta etapa, a emissora foi aos poucos se modificando. Acredito que do ponto de vista mercadológico, a emissora errou ao se misturar uma estação com a outra, fazendo uma programação transitória: o certo seria ter encerrado as atividades da Califórnia por completo, realizar um período sem vinhetas, somente com músicas (o chamado geladão) e só a partir daí, começar a colocar vinhetas de expectativa para uma nova emissora. Acabou que a Sintonia do Vale carregou um pouco de Califórnia FM para o seu perfil e isso se mantem vivo até hoje dentro da emissora, uma vez que o veterano locutor Waltencyr Grigorio segue firme e forte com seu programa romântico onde só se alterou o nome.

Apesar disso, a emissora vem conseguindo alguns destaques positivos. Vale lembrar a negociação que trouxe Dário de Paula à emissora (o Pe. Clésio teve papel fundamental nesse episódio). Esse foi um fator estratégico para as pretensões de emissora de se consolidar no mercado radiofônico regional, já que Dário é um dos profissionais do rádio mais respeitados no estado do Rio de Janeiro. Não obstante, a emissora ainda investiu em uma plástica de alto nível, além de novos equipamentos que estão sendo instalados gradativamente (inclusive um novo transmissor, com mais potência).

Apesar dos avanços, é possível observar que a emissora precisa investir em uma programação padronizada e de qualidade para conseguir participar do mercado publicitário em igualdade de condições com suas concorrentes. Isso deve ser um dos grandes dilemas a serem enfrentados pela Sintonia, uma vez que ela vive entre a cruz de ser uma emissora evangelizadora, e a espada de ter que estar afinada às demandas do mercado o que, trocando em miúdos, manter uma programação musical predominantemente secular.

O caminho é longo, mas algumas coisas positivas já podem ser sentidas e o mercado está atento à essa nova realidade.