segunda-feira, 28 de maio de 2012
Artigo: AM x FM
AM e FM são duas siglas que praticamente sintetizam o que foi e continua sendo a radiodifusão no mundo. São dois tipos de frequências, cada qual com suas particularidades, e que ao longo dos anos vem prestando relevantes serviços a comunicação de massa.
AM ou modulação em amplitude, é uma forma de transmissão mais antiga, elaborada inicialmente para comunicações a longa distâncias de um aparelho para outro (radiocomunicadores), mas que logo passou a ser usado para a radiodifusão comercial. O AM, por sua estrutura, tem a capacidade de atingir longas distâncias mas que não prima pela qualidade sonora. No Brasil, a modalidade para radiodifusão em AM foi iniciada em 1922.
Já o FM ou modulação em frequência, criado originalmente para comunicações a curtas e médias distâncias, como tática de guerra (já que utilizam uma faixa de frequência diferente do AM), tem como diferencial uma qualidade mais bem definida de áudio, embora não consiga atingir grandes distâncias como o AM.
O FM começou a ser utilizado no Brasil como serviço de rádio interna em empresas. Logo descobriu-se o seu potencial comercial por conta da qualidade sonora e começaram a surgir várias emissoras de rádio por todos os cantos.
A diferença do modo com que operam suas programações é uma questão cultural. A proliferação das AM's, principalmente nos anos 40 e 50 ocorreu em épocas em que ainda não existia televisão e o rádio era o principal veículo de comunicação. Radionovelas, transmissões esportivas e programas de auditório tomavam conta da programação dessas emissoras. Com o surgimento e, consequentemente a massificação da TV, o rádio foi perdendo projeção e alguns programas como radionovelas e shows de auditório foram perdendo espaço, permancendo os jornalísticos, os esportivos e os programas de variedades.
O FM começou sua proliferação na década de 70. A pureza de seu som induziu seus profissionais a direcionarem a programação para um âmbito mais musical. Sem contar que nessa época a televisão já tomava conta dos lares, como principal meio de entretenimento eletrônico, restando a essa nova modalidade de rádio, competir com as vitrolas. A vantagem é que poderiam oferecer uma gama maior de músicas, além de antecipar novidades musicais: Saem de cena os tradicionais comunicadores e entram os DJs.
No entanto, vale dizer que isso não é questão de ser AM ou FM. Foi algo conduzido quase que por osmose. Mas houve casos clássicos como Big Boy da clássica Rádio Mundial do Rio de Janeiro: Era um DJ que reproduzia o climão FM em uma estação AM nos anos 70.
Mais tarde algumas FMs passaram a produzir programas com características mais comuns a estações AM, com ênfase em jornalismo e transmissões esportivas. Portanto, fazer determinado tipo de programação não é exclusividade propriamente de ser AM ou FM, mas convincionou-se a delimitar isso por conta do aspecto histórico.
Atualmente vem se observando um fenômeno cada vez mais comum onde algumas estações de AM reproduzem sua programação também no FM. Nesses casos, dois fatores atuam diretamante nas decisões diretivas: Seja no caso em que determinado grupo de comunicação abre mão de sua rádio em FM para retransmitir a sua AM, ou quando determinada emissora, que não possui uma estação de FM, aluga ou arrenda uma frequência em FM para também repetir a sua programação. A grande polêmica nessa questão é que isso automaticamente reduz o quadro de funcionários, pois uma estação acaba fazendo o trabalho de duas.
No entanto o mercado possui centenas de estações de AM que nem cogitam essa possibilidade, até mesmo por não possuirem estrutura para adquirirem uma estação de FM e aguardam decisão da Anatel que homologaria uma faixa de frequência que será extinta para a TV analógica, mas que teria grande serventia aos canais de AM, que sofrerão sérias consequências com a chegada do rádio digital.
Independentemente dessas questões técnicas, não se deve dizer obrigatoriamente que uma estação all news, esportiva ou de variedades, seja necessariamente uma AM, ou uma que toque basicamente música tenha que ser FM. É tudo uma questão de perfil que a direção de determinada estação queira adotar.
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Perfeito, mas o AM cresceu muito num tempo onde existiam poucos aparelhos de TV e computador era coisa do filme PERDIDOS NO ESPAÇO. Hoje a realidade e totalmente diferente.O crescimento das cidades evoltas em grandes estuturas de concreto, o aumento dos recursos eletrônicos nas residências e a inoperância do governo em definir os rumos técnicos do AM vem contribuindo significativamente para o declínio das rádios AM por consequência do excesso de ruídos na sintonia nos centros urbanos, pela baixa qualidade de áudio etc. O adolescente em sua maioria não conhece o AM. Ele sabe simplesmente que é uma rádio que o pai ou o avô ouvem. Os grandes grupos já migraram suas rádios para o FM. A Globo e a Tupi já estão em FM e outras tantas que fizeram o mesmo.Independente do conteúdo, a migração para outra tecnologia tem que ser rápida por uma questão de sobrevivência.
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