quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Rede: Ser ou não ser

Há muito tempo se questiona aqui nesse blog a questão das emissoras de rádio em rede entrarem na região como forma de solucionar o nosso decadente dial.
Algumas experiências já foram testadas, como a Rádio Globo em Barra do Piraí no final dos anos 80, a Som Zoom Sat em Piraí e a CBN em Volta Redonda, no início dos anos 2000.
Atualmente, duas emissoras da região (ambas de Três Rios) transmitem em rede: São os casos das nacionalmente conhecidas Jovem Pan e Antena 1. Além delas, tem a 101 FM de Volta Redonda que retransmite a Rede Aleluia.
Do ponto de vista comercial, pode ser vantajoso atrair uma emissora de rádio que tem sua marca bem posicionada no mercado nacional. A emissora já é conhecida, assim como seu método de trabalho. O cliente confia nisso e, logicamente é mais fácil vender comerciais dentro desse ponto de vista. No entanto, algumas situações podem não tornar esse tipo de estratégia tão vantajosa assim.
Primeiro para o mercado de trabalho local, que se fragilizaria completamente tendo a invasão de rádios em rede. Hoje uma emissora FM possui um quadro artístico (coordenador, locutores e programador) de aproximadamente oito funcionários. Com a rede, isso cairia para cerca de três.
Outro fator observado é a falta de identidade com o público local que observa nas emissoras de rede uma situação mecanizada e fora de contexto com a realidade da região. É muito comum ouvir isso de jovens entrerrienses que só possuem a Jovem Pan como rádio jovem.
Para quem não se lembra, até dez anos atrás quem mandava nos 92,9 de Três Rios era a Rádio Regional, que seguia uma linha de programação jovem, contando com diversos programas e teezers que faziam com que a rádio fosse considerada por muitos do meio como a melhor rádio jovem de toda a região. No entanto o capital falou mais alto e uma negociação fez com que a rádio passasse a transmitir integralmente a programação da Rede Jovem Pan Sat 2. Resultado: Menos locutores locais e menos identidade com a região.
No caso da CBN em Volta Redonda, pode ser dizer que muitos foram os pontos positivos, já que em termos de quadro profissional só houve mesmo uma reformulação e não uma diminuição, já que a demanda por matérias locais era muito grande.
Com isso, a emissora abria maciçamente as portas para jovens jornalistas que produziam matérias, tanto para o CBN local, quanto para o restante da programação. Por muitas vezes saiam matérias daqui em nível nacional.
A parceria no entanto foi interrompida quando a rádio foi vendida à Rede Aleluia em 2003.
A questão é bem complexa. Existem muitas rádios na região que estão, de certa forma ociosas, e poderiam fazer parte de alguma grande rede, já que seus mantenedores não conseguem investir recursos para melhora-las.

11 comentários:

  1. Está provado mais uma vez que a CBN VR e a 101 FM, só foram parar nas mãos dos Mercadores de almas ou 171 (é a mesma coisa) Por pura sacanagem do MANÉ.
    Engraçado porque será que os "pastores" só quizeram as de VR e não a Real? Este no caso, já é dono da 2ª maior Rede de TV do Brasil e só investe NO QUE DÁ LUCRO: Templos(dimdim fácil), Tvs e... RÁDIOS.

    ResponderExcluir
  2. Não sabia que a Regional de Três Rios era considerada melhor que as poderosas 101 e Sociedade.
    De qualquer forma, acho que algumas emissoras quase abandonadas da região (Ex. Califórnia, 101,5, Piraí e 96,1)deveriam se integrar a alguma rede nacional decente, para virar uma referência de inovação e qualidade para as locais.

    ResponderExcluir
  3. Cara, qualquer coisa que fizerem é melhor que o que está aí. Pq se juntarem todas as "radios" das maiores cidades da Região (VR,BM,R e BP)não dá pra competir com as pequenas do interior de SP.É triste mais é verdade.

    ResponderExcluir
  4. A rádio Regional de Três Rios era excelente, porém ela surgiu em tempos diferentes da 101 FM de Volta Redonda, mas simultâneamente com a Sociedade. O problema que o sinal dela não chegava bem aqui em VR.. sendo assim, o que tinha de público jovem era e é a Sociedade.
    Ernani

    ResponderExcluir
  5. MANÉ???

    O Cara vendeu a rádio porque ele quis, dizem que nao dava lucro. Um empresario vive de lucro se não dá ele vende. Agora se ele nao vendeu as emissoras de lá de Resende o problema e do cara vai ver a Real é o xodó dele ué...

    ResponderExcluir
  6. ótima matéria sobre as rádios em rede. só faltou citar a última experiência da rede SF de rádio, sulfluAM e California FM...era mais bonito do que mudar o nome da radio FM.

    Outra questão: como está o possível retorno da rádio Globo para Barra do Piraí que foi comentado aqui no blog?

    ResponderExcluir
  7. A questão envolvendo a diminuição do quadro de profissionais em uma emissora afiliada a uma grande rede, é bastante relativo. É notório o fato de que as redes destinam horários específicos para transmissão local, o que muitas das vezes é negligenciado pelos proprietários. Uma rádio afiliada pode sim ter uma identidade forte com a região no qual está inserida (a própria Jovem Pan tem afiliadas com mais de 15 anos de parceria). Para isto é necessário ter um departamento artístico e de promoções bastante atuante. Não falo nem tanto da Jovem Pan, mas sim da Antena 1, que se firma nos 89,7 da cidade de Três Rios com uma programação adulto contemporânea de sucessos internacionais. Acredito que o problema não é a afiliação a uma grande rede, mas conforme foi citado, a falta de investimentos dos proprietários no produto rádio e também a falta de profissionais capacitados na região, que sejam capazes de produzir e tocar um projeto sério. Por isso, parabéns proprietário da antiga rádio Regional (hoje Jovem Pan 2) e da rádio Matosinho (hoje Antena 1), por ousarem e deixarem de lado o conservadorismo daqueles que querem ter o rádio como outra forma de utilização.

    ResponderExcluir
  8. O rádio da região é um reflexo da decadência econômica, política e cultural que vivemos. Serve como um meio de propagação de ideias picaretas de grupos que visam se manter no poder. Se ainda sobra um pouco de inteligência em nossos cérebros, deletemos os picaretas e suas picaretagens do nosso dial.

    ResponderExcluir
  9. no final das contas o q vale mesmo é a mentalidade do empresário local. a rádio dele pode ser afiliada ate da mix ou jovem pan, mas se ele não investir em equipe e promoção na sua região, nao a rede q resista.

    ResponderExcluir
  10. Lincoln, voce disse tudo.Realmente o que está faltando, alem da falta de profissionais capacitados na região é de Empresários inteligentes. Veja o caso da CBN VR, que só passava "comercial" da Cocacola. Onde estava o Dep. Comercial?
    Até parece que quando o Lula Caípira comprou a 101FM e 920AM, ele já tinha intenção de repassar para os "pastores"

    ResponderExcluir

Dê a sua opinião sobre essa postagem. Esse blog não se responsabiliza pelo conteúdo dos comentários.